Estamos vivendo uma era de economia compartilhada, na qual a ideia não é “ter”, mas experienciar e usar um bem como serviço, apenas quando ele realmente lhe for útil e evitando o acúmulo de tranqueiras. Sendo assim, podemos esperar grandes mudanças em relação ao quanto consumimos e as formas como compramos. Já estamos vendo o reflexo disso em alguns serviços como o Uber, Airbnb, Bicicletas alugadas nas grandes cidades etc. Neste sentido, lojas de modo geral e lojas físicas especificamente podem sofrer um impacto, não só em relação ao consumo, mas às formas de se consumir.
Como se prevenir?
Para Phillip Kotler, guru do Marketing, as lojas físicas não vão desaparecer, mas precisarão encontrar uma razão convincente para existirem. Elas podem se tornar, por exemplo, um lugar para viver experiências, na qual você poderá fazer diversas coisas.
Portanto a aparência da loja ganha uma importância significativa no universo do comércio lojista. É claro que o produto continuará sendo o protagonista da história por um tempo, mas isso tende a mudar. O cenário passou a ser um requisito fundamental para valorizar e se destacar do demais. Assim como numa peça teatral, ninguém vai ao teatro simplesmente para ver o cenário ou o figurino, mas se cenário não for condizente com o espetáculo, não causará o impacto desejado. Os empreendedores devem se atentar em aumentar a atratividade da loja e serem capazes de proporcionar experiências aos usuários, mais do que simplesmente vender. Uma loja não precisa ser apenas uma loja: um lugar para vender.
A explicação é simples: o cliente passa mais tempo na loja se ela for bonita e agradável. A compra já deixou de ser uma simples necessidade para se tornar um prazer na vida dos consumidores e quanto mais confortável o cliente estiver, maior a chance de comprar.
Para uma loja ser visualmente atrativa, ela precisa integrar quatro disciplinas básicas: arquitetura, visual merchandising, design de equipamentos e comunicação visual aliando tudo isso à experiências. Toda forma de exposição dos produtos leva uma imagem de sua empresa ao consumidor e para que essa imagem colabore com o aumento das vendas, é fundamental que a loja como um todo esteja preparada para abordar o cliente. Por isso, a gestão do visual de sua loja deve ser feito com planejamento, desde a execução do projeto arquitetônico dos espaços externos e internos, bem como nos mobiliários e displays que os produtos serão expostos ao longo do ano, favorecendo o conforto e bem-estar do cliente e, consequentemente, o aumento das vendas.
Contudo, o problema começa quando o comerciante resolve contratar para fazer sua loja o mesmo arquiteto que fez o projeto da sua casa, geralmente um profissional que não conhece as artimanhas do varejo, e desconsidera a relação entre os custos do projeto e a capacidade de investimentos do cliente. Arquitetura não é diferente de qualquer outra profissão. Se você tem um problema cardíaco você iria à um Clínico Geral ou a um Cardiologista? Pois bem, comece escolhendo um profissional especialista e não generalista.
Uma loja não precisa ser apenas uma loja, ou seja, um lugar para vender.
O projeto visual da sua loja, não deve ser restrito apenas ao espaço físico. Por isso, antes de contratar um profissional para reposicionar sua loja, o varejista deve ter estudado e definido muito bem sua estratégia de negócio , deve estabelecer seus princípios essenciais (verifique aqui nosso artigo falando sobre o conceito da marca aqui) , deve conhecer seu produto, seu público-alvo, seu posicionamento em relação à concorrência, o tipo de instalação que necessita e o volume de recursos disponível para o projeto. Após a análise do DNA da empresa, é que será possível determinar as características visuais e as experiências que se pretende proporcionar aos usuários. Por exemplo, no seu plano de negócios você definiu que seu público-alvo são mulheres na faixa de 30 à 40 anos. Porém você utiliza uma linguagem visual que atrai mais adolescentes. Seria isso coerente? É claro que não! Seu público-alvo não vai sequer olhar, em compensações adolescentes vão se interessar em conhecer, porém não encontrarão nada que lhes agrade.
Organizando os espaços
No lado externo, a fachada é a visão inicial do estabelecimento. Portanto a visibilidade e sua atratividade podem melhorar quando mostramos mais a sua fachada, seja por meio das cores, dos letreiros ou da sua volumetria. Mas cuidado! Quando não está com boa manutenção, a imagem transmitida é a de uma loja com funcionamento decadente. Aliás, este é um item que os lojistas também precisam estar atentos ao “prazo de validade” do projeto arquitetônico. Há um consenso entre os arquitetos de que a vida útil de um projeto de loja é de, no máximo, cinco anos, mas o ideal é que não passe de três anos. Durante este período pequenas mudanças podem ser feitas para que o projeto não fique ultrapassado. Use e abuse de recursos na vitrine… (até parece slogan duma grande marca né? rsrs) mantenha ela sempre atualizada.
A forma mais imediata de identificação de sua loja é o letreiro. Portanto, use apenas o nome fantasia ou logotipo da sua empresa; não coloque slogans, ou promoções, até porque em shoppings ou cidades como São Paulo, há normas com relação ao tamanho e ao que pode ser exposto no letreiro.
Já no lado interno, estudos revelam que 70% das pessoas tendem a fazer o caminho pela loja no sentido anti-horário, começando sempre pela direita. Portanto, quando possível, os produtos principais ou os mais atrativos devem estar localizados neste lado da loja. Tente posicionar os artigos que não sejam o foco principal das vendas, como caixas, provadores etc., no lado esquerdo.
No espaço da loja atente para a boa distribuição dos móveis e dos equipamentos de forma a contribuir para ampliar os espaços e deixar a loja mais confortável. Ninguém gosta de ficar esbarrando ou tropeçando em outros clientes, a não ser que estejamos falando de uma loja na 25 de março em SP (quer excluir lojistas da 25 da sua relação de possíveis clientes?)
Planeje a circulação pela loja com cautela. Corredores amplos e livres favorecem a circulação dos seus clientes e estimulam o trânsito por toda a área. Mesmo quando a loja estiver cheia, ampliará as chances de bem-estar do cliente e, consequentemente, de suas vendas.
A sua loja deve facilitar a vida do seu cliente, não o fazendo andar muito para procurar os produtos dos quais necessita. O ideal é organizar os produtos por setores, como, por exemplo, setor social, setor infantil, setor esportivo, setor feminino ou masculino etc. A dica é que você deve expor seus produtos aproveitando a relação entre eles: sapatos ao lado de bolsas, lingeries próximas as meias e assim por diante.
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Nos vemos semana que vem!
Fontes: Apostila Gestão do Visual de Loja – Sebrae
Revista Dirigente Lojista – Capa Edição de Fevereiro 2010.
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